Mexendo nos obscuros recantos de uma certa pasta minha, achei esse antigo texto, da agora distante época de meu terceiro colegial...um texto com uma história razoavelmente interessante, já que é um texto feito sobre um tema inexistente...deixe-me explicar... por ventura, naquele tempo, tinhamos essa tal palestra dos professores da AEMS para assistir, coisa que é claro que não fizemos, afinal a palestra aparentemente não iria falar sobre mecânica quântica, dominação mundial ou conspiração alienígena, mas para nosso desespero, a Mercedes, minha antiga professora de redação, pediu, melhor, ordenou que fizessemos um texto sobre essa bomba de palestra, texto esse em grupo. Bem, esse nosso grupo tinha quatro pessoas, pessoas essas que assim como eu nada viram da palestra, ou seja, tinhamos um belo zero em mãos, já que não tinhamos tema e portanto não teriamos redação para entregar...imaginar o maldito sorriso da Mercedes enquanto nos dava um zero era demais, logo Raví (uma criatura que também atende pela alcunha de cerebroso, isso mesmo, é o cara que tecnicamente é membro efetivo desse blog) e eu botamos os outros dos membros do grupo para de algum jeito obter os dados sobre essa funesta palestra, esses outros dois membros ligaram mais tarde com o que achavam ser os temas dessa palestra, monogamia e família (só um detalhe, esses não eram os temas da palestra, e até hoje não sei que temas eram esses), e foi assim que saiu esse belo texto que se segue...acho que a história do texto é tão boa quanto o texto, o que não é grande coisa, mas deixemos nossa balança de lado e vamos ou maldito texto.
Raví já há muito bradava aos quatros ventos: confiar demais numa mulher que não seja sua parente pode te criar sérios entraves jurídicos. No máximo faço sexo com ela. E o Mário arrematava: e a família é um maldito encargo social que se carrega após uma transa sem camisinha. E, obviamente, sem coito interrompido e todos os outros contraceptivos perdidos. A palestra fornecida pelos professores da AEMS só serviu para confirmar as máximas acima proferidas e explanadas.
O que tratou das questões jurídicas mostrou as entranhas do código civil brasileiro e de todas as pegadinhas para todos os tarados de plantão que tentam agarrar qualquer uma que esteja com vontade de ser penetrada por um órgão formado por dois tipos de corpos, o cavernoso e o esponjoso (também vale para o sexo oposto, obviamente cm as devidas modificações estruturais) Demonstrou que o código civil brasileiro é monogâmico e não atenta para a poligamia presente em nossa memória genética, ou seja, é mais um meio de inserir valores socializantes e limitadores da vida sexual, assim como a moral é para a ciência.
Já o nosso outro amigo palestrante instigou nos que babavam o paradoxo da família, já que todo o desenvolvimento do intelecto humano teve inicio com a aglomeração familiar (tem a parte das vaquinhas também, mas elas não foram motivadoras de nenhum grande e profundo debate filosófico lá nos primórdios, só serviram mesmo para nos fornecer proteína), que fornecia segurança e ouvidos-pinicos para a discussão de idéias, como quem criou o mundo ou de como destruir os EUA. Porém, essa tão boa instituição começou a limitar a velocidade desse desenvolvimento colocando e/ou criando lendas (bicho papão, mula-sem-cabeça, deus, diabo, coelho da páscoa). O que permitiu passava a frear. A mente dos pobres que assistiam começou a latejar perante tamanha questão metafísica, política e escolástica. Pluft!
A finalização não foi à altura do palestrado, uma vez que se esperava revolta popular e sangue no final, porém a moral e os bons costumes da igreja impediram o banho de eritrócitos, plaquetas e linfócitos (tripas e membros esquartejados também contam). Mas a palestra serviu para comover os ouvintes, ganhar nota da Mercedes e escrever este grande tratado filosófico que entrará para os anais da história. Pluft!